quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Micro conto

Era um acontecimento cotidiano, banal. Apenas duas pessoas caminhando e durava alguns segundos. Era o tempo em que ela passava por ele diariamente, no mesmo horário, a caminho do trabalho. Mas para ela, era como aquele clichê sobre segundos que como uma eternidade. Era o curto espaço de tempo em que seus caminhos se cruzavam. A troca de olhares, de poucas palavras (“Oi, tudo bem?”) ao mesmo tempo em que ela sentia como se fosse capaz de enxergar a alma dele através daqueles olhos azuis claros. Segundos que sua imaginação produzia uma cena completamente diferente, uma situação diferente. E, antes que pudesse voltar à realidade, ele já havia passado por ela e seguia seu caminho. E ela já imaginando o nome dos filhos...